Coluna Internacional

Familia Ramos, conhecidos como "The Flying Rodogel"‏

Jéssica é da quinta geração da família Ramos, do México. Depois da morte de seu avô paterno, há 27 anos atrás, que teve circo no México por muitos anos, seu pai, Bernardo Ramos, junto com seus irmãos Alejandro e Eduardo Ramos formaram a famosa troupe de trapézio “the flying Rodogel”. Contratados pela companhia Carson e Barnes Circus, vieram para os Estados Unidos em 1983.

Após esse contrato, eles trabalharam com Circo Vargas, Circus Circus em Las Vegas e Reno, Vegas, Scott Circus na Suécia e Noruega, Circo Knie Louis na Áustria e Alemanha, Circo Atayde no México, Festival de Circo de Monte Carlo, Circus Gatti no Canadá, Festival de Circo em Grenoble, França, Puerto Rico, Circo Mundial, Chimera Circus nos EUA, e George Circus Carden. Com a crise que abalou os Estados Unidos logo após o ataque de 11 de Setembro, os grandes circos se viram obrigados a investir em números mais baratos, de famílias menores, com isso eles se viram obrigados a parar em sua casa em Las Vegas por um tempo, e como esta cidade é cheia de shows, se encaixaram logo para apresentações mais simples e também para trabalhar na parte de costura e montagem de palcos de shows e espetáculos nos cassinos.

Foi então que, em 2005, foram convidados para voltar ao trapézio para um evento especial em homenagem ao Príncipe Reinier de Mônaco, em Monte Carlo, que havia falecido. Essa foi a chance de se reunirem novamente, e fazer o que amam que é o trapézio. Voltar a Europa com o número de trapézio foi a glória para eles! Felizes por terem feito um excelente trabalho em Monte Carlo, retornaram para os EUA com a idéia de montar um circo. Foi a única maneira que viram de continuarem fazendo o que gostam e estarem todos juntos.

Foi uma experiência e tanto para eles, pois não tinham experiência nenhuma de colocar um circo nos Estados Unidos.

Os prós, é que aqui nos Estados Unidos há apenas um punhado de circos, ao contrário de centenas em outros países. Os contras foram que, aprender sobre as licensas que por lei devem ser aplicadas, não foi fácil, cada cidade é diferente e tem diferentes regras e regulamentos. Já houve momentos em que tiveram de esperar 60 dias por uma autorização de 5 dias para um terreno.

Algumas das licenças que você tem que tirar são as seguintes: bombeiros, polícia, saúde, controle de animais, planejamento , construção e segurança, alvará de funcionamento, serviços públicos, etc. Cada departamento tem um processo, custo e inspeção. Se alguém decide que seu evento seja um risco para o público, simplesmente não deixam você trabalhar.

Existem departamentos mais difíceis do que outros. Um deles é o controle de animais, porque aqui consideram que o circo maltrata os animais e por isso precisa-se uma enorme quantidade de documentos para ter animais no circo e ainda mais se eles são exóticos.

Os custos para manter este negócio são muito elevados e se você não tiver o apoio de sua família corre o risco de contrair muitas dívidas.

"Aqui sempre há feriados e festividades e com isso como em qualquer outro circo você tem que fazer muitas promoções para não perder publico." - diz.

No final de novembro, dezembro e parte de janeiro, é o pior momento para os circos. Todo mundo está focado nas festas de thanksgiving (ação de graça), Natal e Ano Novo. Então o circo é fechado por cerca de dois meses e meio para esperar o público para se recuperar das despesas que envolvem as férias.

Nessa época é quando aproveitam para descansar uma ou duas semanas na sua casa em Las Vegas e no México para ver o resto da família que é grande.

Jéssica termina dizendo: "O circo é muito trabalho. São horas de dedicação. Não há horário, você vive em seu trabalho. Mas se você o ama tanto como nós, aproveita cada momento, seja ele bom ou ruim."

---

Na próxima semana, na minha coluna:  Estréia "Gatos do Circo". Se você conhece um rapaz que se encaixe nesse adjetivo, mande a foto para mim! Meu e-mail é: samanthacajueiro@msn.com. Até lá!

__________________________________________________________

 

SAMANTHA JOHNSON É CIRCENSE E MORA HÁ 10 ANOS EM LAS VEGAS. É COLUNISTA DO CIRCO NEWS E TODAS AS SEMANAS VOCÊ VERÁ ALGO INTERESSANTE A RESPEITO DOS SHOWS E ARTISTAS DE LÁ. ESTA COLUNA TAMBÉM TERÁ SUA OPINIÃO SOBRE ASSUNTOS RELACIONADOS À CIRCO, FOTOS, ENTREVISTAS E MUITAS SURPRESAS.