E se fosse num circo?
Na semana passada, durante uma peça de teatro protagonizada por dois atores da Rede Globo de televisão, Danielle Winits e Thiago Fragoso e dirigida por Miguel Falabella, cabos de aço arrebentaram e provocaram um grave acidente. Os atores caíram de uma altura de aproximadamente 5 metros, sobre os espectadores. O Jornal Hoje mostrou uma das pessoas da platéia, que fraturou o braço recebendo um telefonema do diretor da peça, Miguel Falabella. A mulher falava com ele, como se estivesse recebendo um prêmio. Mas estava machucada e com fraturas.
Depois da investigação, a polícia descobriu que a peça 'Xanadú' não possuía ART, a anotação de responsabilidade técnica. Para quem não sabe, a ART é a primeira exigência da prefeitura quando um circo tenta se instalar na cidade. Todo o evento precisa de uma ART, assinada por um engenheiro que fique responsável pala segurança do local. No caso da peça de teatro, não existia ART.
Na mesma semana, no Egito, 74 pessoas morreram durante uma partida de futebol. Milhares ficaram feridos. Na Itália, um navio de cruzeiro encalhou, virou e matou dezenas de passageiros. Os sobreviventes perderam tudo, de roupas à joias. E a empresa dona do navio já divulgou o valor da indenização, algo equivalente a 28 mil reais.
Fico me perguntando: E se fosse num circo?
No circo, as pessoas tropeçam em um pranchão e se acham no direito de pedir fortunas estrondosas de indenização. Além disso, para as autoridades, o circo é tão sem importância que, ao invés de se pensar em uma solução para algum problema, o mais fácil é proibir. Casos isolados tiraram os animais dos picadeiros, mas com certeza, o teatro continuará apresentando a peça Xanadú, os cruzeiros continuarão existindo e o futebol reinará absoluto, mesmo depois de tantas mortes.
O circo precisa mudar os seus conceitos perante a sociedade, para que, num futuro, ainda distante, consiga ser respeitado como ele merece.
Depois da investigação, a polícia descobriu que a peça 'Xanadú' não possuía ART, a anotação de responsabilidade técnica. Para quem não sabe, a ART é a primeira exigência da prefeitura quando um circo tenta se instalar na cidade. Todo o evento precisa de uma ART, assinada por um engenheiro que fique responsável pala segurança do local. No caso da peça de teatro, não existia ART.
Na mesma semana, no Egito, 74 pessoas morreram durante uma partida de futebol. Milhares ficaram feridos. Na Itália, um navio de cruzeiro encalhou, virou e matou dezenas de passageiros. Os sobreviventes perderam tudo, de roupas à joias. E a empresa dona do navio já divulgou o valor da indenização, algo equivalente a 28 mil reais.
Fico me perguntando: E se fosse num circo?
No circo, as pessoas tropeçam em um pranchão e se acham no direito de pedir fortunas estrondosas de indenização. Além disso, para as autoridades, o circo é tão sem importância que, ao invés de se pensar em uma solução para algum problema, o mais fácil é proibir. Casos isolados tiraram os animais dos picadeiros, mas com certeza, o teatro continuará apresentando a peça Xanadú, os cruzeiros continuarão existindo e o futebol reinará absoluto, mesmo depois de tantas mortes.
O circo precisa mudar os seus conceitos perante a sociedade, para que, num futuro, ainda distante, consiga ser respeitado como ele merece.
Um comentário:
A resposta é muito simples, meu amigo. Recentemente, eu cheguei com meu pequeno circo em um distrito de uma grande cidade e consegui um ótimo terreno que é estacionamento de um posto de combustíveis desativado. A área era usada pra tudo, estacionamento de caminhões, soltar pipa, point dos jovens com carros de som onde rolava de tudo, bebidas, drogas, brigas, rachas de carros. Bom... o que importa é que eu estava feliz em conseguir o terreno todo com calçamento, em um ponto ótimo, bem no centro, às margens de uma rodovia que ligava à praia e tudo isso de graça. Pra minha surpresa, mesmo com a documentação feita, os fiscais da postura apareceram lá e me embargaram em plena quinta feira ao meio dia, alegando eu estar sobre uma bomba, já que haveria resíduos de combustíveis ali embaixo. Eu mostrei a eles que os tanques eram bem afastados da área em que eu estava e que não ofereciam perigo algum, argumentei sobre o fato de o perigo sempre existir e só agora incomodar à eles e que meu circo sendo pequeno talvez fizesse uma aglomeração menor do que a de costume no local e o resultado é que tive que, em plena quinta feira à tarde começar a desmontar meu cirquinho depois de ter gastado com propaganda para a estréia sexta feira. Por sorte consegui uma empilhadeira que arrancou as estacas e fez o transporte do material para o terreno próximo onde eu (ainda com receio de que voltasse a fiscalização e arranjassem outra desculpa esfarrapada pra me embargar de novo) consegui depois de muita correria estreiar na sexta. Esse é apenas um exemplo do que acontece quando se trata de circo. Abuso total de autoridade alegando motivos que só existem na imaginação dos fiscais. O resultado é que agora o terreno voltou à ser utilizado para bagunça e não para uma atividade cultural que deveria ser respeitada. LAMENTÁVEL mas esse é apenas um de milhares, talvez milhões de exemplos de histórias desagradáveis que nós circenses temos pra contar.
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