domingo, 15 de fevereiro de 2015

Grandes Talentos / Rogério Piva - Parte 2

O Blog Circo News apresenta a trajetória e a história de vida de grandes talentos brasileiros. Artistas que se destacam dentro e fora dos picadeiros, e que ganham o mundo através da sua arte.
NA 2ª E ÚLTIMA PARTE DA REPORTAGEM, ROGÉRIO PIVA COLOCA A MOCHILA NAS COSTAS E PARTE RUMO AO CAMINHO QUE MANDA SEU CORAÇÃO
UM ARTISTA EM BUSCA DE NOVOS MUNDOS
Após viajar de Norte a Sul do país, em pequenos e grandes circos, como Circo do Chiquinho, Estoril, Di Nápoli, Spacial e Vostok, e se tornar um dos nomes mais conhecidos na arte do malabarismo brasileiro, surgiu um novo anseio: Sair do Brasil e buscar os aplausos pelas ruas desconhecidas do mundo. Esse era o objetivo inicial de Rogério Piva. No Uruguai, nosso vizinho, Piva se deparou com o Circo Kroner e lá fez suas primeiras apresentações internacionais. Porém, nosso artista se sentia inquieto. Triste com a condição dos circos brasileiros, com o descaso das autoridades e com o desrespeito dos donos em relação aos artistas, Piva enviou dezenas de vídeos para circos estrangeiros, mas nunca obteve resposta.
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"Meu espírito buscava algo maior, que eu não encontraria no Brasil. Já estava sentindo o país pequeno, me sentia triste porque passa-se o tempo e permanece tudo igual. Diante da sociedade, estávamos esquecidos, sem valor."
ROGÉRIO PIVA
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O DILEMA: A PERDA DO GRANDE AMOR E A BUSCA POR ALGO MAIS FORTE
Em busca de algo maior em sua vida, Rogério colocou a mochila com os aparelhos de malabares e algumas roupas nas costas e partiu rumo ao Chile. Sabia que lá havia uma temporada específica onde os grandes circos se concentravam na capital do país. Os amigos o chamaram de louco. A mulher da sua vida o deixou. Mesmo sofrendo, o malabarista seguiu seu coração. Ao chegar na rodoviária de Santiago, Piva avistou o Golden Circus, referência chilena no meio. Comunicativo e esperto, chegou de mansinho e conseguiu espaço para um teste, durante um dos espetáculos. O número foi um dos mais aplaudidos e, ao final, o dono do circo lhe ofereceu salário, dinheiro e um trailer para morar. A sorte começava a mudar para o paulista, de família humilde, ex flanelinha, artista de semáforo, que estava insatisfeito com os circos brasileiros e que a pouco perdera o grande amor. No Chile, as propostas começaram a aparecer e a tão sonhada valorização já era uma realidade.
Em 2012, visitando a família no Brasil, Piva recebeu uma ligação de um empresário mexicano. Tratava-se do proprietário do Circo Hermanos Atayde, mais antigo e tradicional do México e referência em todo o mundo. Com este circo, foi destaque em grandes jornais e programas de TV e cumpriu uma bela temporada de sucesso. Mas foi com o Circo Hermanos Suarez que o artista atingiu seu ápice e viajou pela América Central, tornando-se atração máxima na Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica e conquistando um prêmio de melhor interpretação no Festival de Circo de Cuba.
O GRANDE MOMENTO: OS APLAUSOS DO PAPA FRANCISCO
Em dezembro de 2013, seis números circenses foram selecionados para uma apresentação que aconteceria em Roma, para milhares de pessoas, centenas de câmeras de televisão de todo o mundo e um ilustre espectador: o Papa Francisco. Organizado por Liana Orfei, o Golden Circus Festival reuniu um número de contorção da Mongólia, um show de malabares contemporâneo da Ucrânia, uma apresentação com um pônei adestrado da Itália e com animais adestrados da Rússia, um número de monociclo e o malabares do artista brasileiro.
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"Eu não estava tão nervoso. Acho que toda a simpatia do Papa me tranquilizou muito."
ROGÉRIO PIVA
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_ Foi um encontro de puro amor! - Assim nosso artista definiu sua apresentação para o Papa Francisco. Naquele momento mágico, Piva sentiu a forte  energia, como se o arrepio de seu corpo permanecesse por um longo período e viu o Papa como uma criança encantada com a magia daquele momento. Percebeu a pureza de seu olhar atento e amoroso, um olhar que transmitia paz e tranquilidade. Pela primeira vez, um circense brasileiro estava no seleto grupo de apenas 6 artistas escolhidos para um evento desta magnitude. Pela primeira vez, um circense brasileiro apresentava sua arte diante de um líder religioso mundial em plena Praça São Pedro no Vaticano e era aplaudido por milhares de pessoas. Pela primeira vez, um circense brasileiro era reconhecido por um mar de gente simplesmente pelo seu talento.
Piva acredita que esta apresentação fez com que as pessoas olhassem o circo com mais carinho, percebessem que a arte é algo divino que une as famílias e que fortalece a fé nos sonhos. Na sua opinião, foi uma apresentação que excluiu os preconceitos, e aumentou o respeito. E, otimista, acredita que o público possa aumentar nos circos, reerguer a arte e que as pessoas, ao enxergarem um malabarista no semáforo, possam olhar para ele com mais ternura.
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"Em alguns momentos, eu olhava para ele e sentia uma satisfação muito grande. Ele sorria e tentava observar tudo ao mesmo tempo, captando cada movimento e sentindo a energia que era compartilhada naquele momento. Eu acredito que ele tenha gostado muito e, talvez, relembrado o momento em que foi ao circo pela primeira vez."
ROGÉRIO PIVA
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DEZEMBRO/2013: DESTAQUE NA REVISTA DO
30° GOLDEN CIRCUS FESTIVAL, NA ITÁLIA
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A VOLTA AO MUNDO E A PREMIAÇÃO DO TALENTO
Desde 2011, quando Rogério Piva decidiu botar o pé na estrada, ele já se apresentou em 17 países: Uruguai, Chile, Argentina, Perú, Paraguai, México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Cuba, Costa Rica, Itália, Suécia, Alemanha, Dinamarca e Turquia.
Destaque por onde passou, participou de entrevistas em programas de televisão e estampou as páginas dos jornais de diversos países. E recebeu prêmios:
2012: Homenagem na Câmara Municipal de São Paulo
2013: Reconhecido como número mais solicitado do espetáculo do Circo Hermanos Suarez, no México
2013: Prêmio de Melhor Interpretação no Festival de Circo de Cuba
2014: Prêmio de número destaque da temporada no Perú
2014: Premiado como número mais aplaudido no Golden Circus festival, na Itália
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DESTAQUE EM SITE NA SUÉCIA
DE VOLTA AO COMEÇO
Hoje, Rogério Piva é atração no Circo Sofia, em Instambul, Turquia. Sua agilidade e segurança nos movimentos se misturam com sua simpatia, sua ginga e seu carisma em um show único e empolgante. Piva ganhou o mundo e tem ainda uma grande carreira pela frente. Mas o inquieto artista tem ainda mais um plano em mente e pretende por em prática o mais rápido possível: Seu pensamento está canalizado para uma viagem pela África do Sul. Quer ficar uma temporada em Burkina Faso e colaborar com um projeto social realizado pelo Centro de Assistência e Formação Integral, que tem o objetivo de resgatar meninos de rua e crianças em situação de risco. Ao lado de seu amigo Mineiro, o Palhaço Missioneiro, Piva dará aulas de técnicas circenses para estas crianças. Quem sabe, ele estará ajudando essas crianças que hoje não vêem perspectivas de vida, a construírem novas histórias de sucesso, como novos Pivas, saindo da pobreza para uma carreira brilhante pelo mundo a fora. 
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2 comentários:

Anônimo disse...

Fantástico, por saber um pouco de sua vida e por ler tudo isso algo que traz Magia (tipo contos de fadas) para Realidade... Se torna tudo exitante!
Suas histórias e sua inteligência impressionante não deixam de me surpreender, parabéns e muito mais Sucesso e Amor no Coração. Beijinhos <3

Anônimo disse...

Este eu aplaudo de pé,tantas cópias dele,porém de fato é um grande artista,é a prova que circo não está no sangue,e sim na alma...

Não só ele , mas temos muitos outros grandes artistas que vieram de fora , só no malabares vemos 3: Rogério , Anderson e Willian(também faz paradas), nos aéreos e bambole Carol Lubinah, no trapézio o Tiaguinho, na locução temos você Strapa,nas paradas e faixas Dirceu e muitos outros que vieram de fora de circo e hoje fazem história, parabéns Rogério e parabéns a todos outros que vieram de fora