domingo, 10 de fevereiro de 2008

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Opinião do Strapa
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O Último Desfile
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Ainda é difícil de acreditar que Beto Carrero morreu. O Beto era daquelas pessoas que a gente pensa que nunca vai morrer. Talves isso seja uma verdade, pois a figura do "homem do chapéu" é realmente eterna e será sempre lembrada por todos. Mas é difícil pensar que há uma semana atrás, uma história de vida tão cheia de lutas e vitórias, de sonhos e realizações, de encantamento e inteligência, de trabalho e competência, teve um ponto final.
João Batista Sérgio Murad fez de Beto Carrero mais que um ídolo, fez um herói. Crianças e adultos se deslumbravam quando chegavam perto daquele fenômeno que tranformou sua infância pobre e cheia de sonhos em uma rica realidade. E mesmo quem o conhecia, era difícil chegar perto dele, sem admirar o seu poder de sonhar, de acreditar. Pois ele mesmo sempre dizia que somente acreditando no seu sonho é que ele poderá se tornar realidade. E foi plantando sonhos na mente de muitas pessoas que viveu Beto Carrero.
Nos desfiles que fazia dentro do parque, ou nas cidades visitadas pelos seus circos, Beto esbanjava simpatia, e, por onde passava, deixava as pessoas mais felizes. Montado em seu cavalo Faísca, ou em cima de um de seus carros alegóricos, jogando os perfumados lencinhos vermelhos, Beto acenava para o público sorrindo e distribuía alegria à todos. Ele nos ensinou a sonhar.
Durante o verão de 2007, diariamente, fiz parte da turma que saía pelas ruas das praias de Guaratuba, Matinhos e Caiobá, realizando belos desfiles que promoviam o Parque Beto Carrero World. Em quase todos os desfiles, Beto estava lá e eu lembro perfeitamente da sua maneira de tratar o público, da simpatia e humildade com que tratava seus funcionários. Foi dele que eu recebi o maior elogio da minha carreira. Mas ao lembrar de todo o seu amor pelos circos e pelo parque, de toda a confiança que ele depositava em seus artistas, de toda a sua alegria nos desfiles e de todo o seu carinho ao tratar o público que sempre se aglomerava para vê-lo mais de perto, tirar uma foto e talvez tocá-lo, penso que ele não poderia ter morrido. Ainda não aceitei a idéia de Beto Carrero ter realizado no dia 1º de fevereiro, o seu último desfile. Não é fácil ver o Faísca sozinho. Mas o sonho não pode acabar. E eu acredito que o Beto, de onde ele estiver, está cuidando de sua família, de seu parque, dos seus circos. E acredito que ele quer ver alegria, e não tristeza. Por isso, cada vez que lembrarmos dele, vamos sorrir, vamos sonhar e vamos acreditar. Vamos lembrar de suas palavras e tentar realizar também os nossos sonhos.
Vou terminar este texto com as palavras do grande homem, empresário e artista que foi, que é e que será sempre Beto Carrero:
"Nada é impossível quando você acredita no seu sonho, por mais absurdo que ele pareça. Mas a verdade tem que ser maior que o sonho. É assim que as crianças sonhadoras crescem, as fantasias se realizam, o imaginário se torna real."

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